quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Vamos falar de ÉTICA


A palavra Ética é originada do grego ethos, que significa modo de ser, caráter. Através do latim mos (ou no plural mores), que significa costumes, derivou-se a palavra moral. Em Filosofia, Ética significa o que é bom para o indivíduo e para a sociedade, e seu estudo contribui para estabelecer a natureza de deveres no relacionamento indivíduo - sociedade.

Define-se Moral como um conjunto de normas, princípios, preceitos, costumes, valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Moral e ética não devem ser confundidos: enquanto a moral é normativa, a ética é teórica e busca explicar e justificar os costumes de uma determinada sociedade, bem como fornecer subsídios para a solução de seus dilemas mais comuns. Porém, deve-se deixar claro que etimologicamente "ética" e "moral" são expressões sinônimas, sendo a primeira de origem grega, enquanto a segunda é sua tradução para o latim.

A ética também não deve ser confundida com a lei , embora com certa frequência a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum indivíduo pode ser compelido, pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer sanção pela desobediência a estas; por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões abrangidas no escopo da ética.

Modernamente, a maioria das profissões têm o seu próprio código de ética profissional, que é um conjunto de normas de cumprimento obrigatório, derivadas da ética, freqüentemente incorporados à lei pública. Nesses casos, os princípios éticos passam a ter força de lei; note-se que, mesmo nos casos em que esses códigos não estão incorporados à lei, seu estudo tem alta probabilidade de exercer influência, por exemplo, em julgamentos nos quais se discutam fatos relativos à conduta profissional. Ademais, o seu não cumprimento pode resultar em sanções executadas pela sociedade profissional, como censura pública e suspensão temporária ou definitiva do direito de exercer a profissão.

Tanto “ethos” (caráter) como “mos” (costume) indicam um tipo de comportamento propriamente humano que não é natural, o homem não nasce com ele como se fosse um instinto, mas que é “adquirido ou conquistado por hábito” (VÁZQUEZ). Portanto, ética e moral, pela própria etimologia, diz respeito a uma realidade humana que é construída histórica e socialmente a partir das relações coletivas dos seres humanos nas sociedades onde nascem e vivem.

Comportamento ético x Atuação profissional


Marcelo Ribeiro Rocha

É fato que, nós, seres humanos, quando queremos que as coisas funcionem em nossas vidas de acordo com a nossa vontade, não imaginamos que tais acontecimentos possam estar aos olhos dos outros, funcionando de certa forma de maneira errada. Ou seja, que elas atentam contra a moral e os bons costumes da sociedade dentro da qual estamos inseridos.

Simplesmente passamos firmemente a creditar que nosso maior desejo é que tudo ao nosso redor que de alguma forma nos favoreça, esteja acontecendo dentro das normas e leis estabelecidas e que todos estejam agindo de maneira justa e sincera em suas decisões. Resumidamente, se tais condições estiverem existindo, estaremos, então, vivendo no melhor dos mundos.

Avaliemos, dessa forma, dentro desta análise a seguinte situação: temos a necessidade urgente de um documento e estamos diante de um atendente trabalhando em um balcão de algum órgão público. Esta pessoa, então, lhe informa que tal documento só estará disponível dentro de um prazo mínimo de uma semana. Ou seja, prazo considerado normal dentro dos trâmites legais deste órgão. É claro que, devido à nossa urgência para nos apoderarmos deste documento, não poderemos esperar o decorrer de tal prazo.

Este período de espera chega a ser angustiante e, na sua mente, você declara para si próprio que a emissão deste documento parece ser uma rotina tão simples que é inadmissível que ele só possa ser entregue dentro desse absurdo prazo de sete dias (o que em sua opinião, é considerado uma eternidade). Você chega até mesmo a argumentar com o atendente frases do tipo: “Poderia colocar uma observação de urgência nesse pedido?”, “Não seria possível antecipar a entrega?”. Todavia, seria inútil esse tipo de negociação. Instantaneamente o que vem à nossa cabeça? Como se automaticamente a resposta surgisse, concluímos: preciso conhecer alguém “infiltrado” no sistema para agilizar este processo, pois a minha urgência supera as barreiras da ordem e da moral sob a ótica destes aspectos.

Esse é apenas um exemplo de uma das cenas do nosso cotidiano que frequentemente acontece em nossas vidas, seja com um conhecido, um amigo ou até mesmo comigo ou com você, pois somos seres humanos dotados de fraquezas e desejos. É a partir deste ponto que quero tocar neste assunto em questão. Até onde vão os nossos princípios, nossa ética e até que ponto o ambiente no qual estamos inseridos interfere em nossas vidas e na vida dos outros?

No ambiente empresarial este cenário, na maioria das vezes, não é diferente. Tente avaliar em quantos momentos precisamos quebrar certas normas e regras das empresas e até mesmo pessoais para preservar nossos postos de trabalho, para mostrarmos nossas competências na solução dos problemas considerados morosos e sem solução. Enfim, mostrar um alto grau de comprometimento com a organização para a qual trabalhamos. Até onde o profissional pode se manter íntegro para atingir suas metas mesmo estando ele agindo sob pressão? Qual o limite do ser humano para suportar a carga de responsabilidade dentro da organização e até que ponto estamos dispostos a testá-lo?

Definitivamente tais questões podem parecer corriqueiras e talvez não mereçam o crédito que estou dando principalmente neste contexto, mas apenas por suposição vamos imaginar que estas atitudes tornem-se um hábito e comecem a fazer parte da vida profissional do indivíduo. Como uma parasita, corroendo as entranhas do ser humano, sob o aspecto moral, tais atitudes passam a ser quase que obrigatórias na vida deste indivíduo que possui fraquezas e desejos, além do fato de que o tal “jeitinho brasileiro” irá superar a sua própria competência, o seu medo de falhar e não ser reconhecido.

A consequência disto? As empresas estarão fadadas a perder o bom profissional, o colaborador que é justo, honesto e confiável. Se por um lado ele é capaz de transpor barreiras para alcançar o seu objetivo e as metas da empresa, por outro, ele se corrompe, torna-se um manipulador de pessoas, trai a sua própria confiança de dos demais ao seu redor.

A solução seria então demiti-los? Tomar esta atitude como se estivéssemos cortando o mal pela raiz? Acredito sinceramente que não seria uma solução viável até mesmo sob o ponto de vista financeiro. O que sugiro é que a organização cuide destes profissionais com um olhar mais atento e crítico, com o apoio contínuo durante a realização das suas atividades, do acompanhamento das metas e tomada de decisões. Não devemos deixar que atuais e futuros talentos dentro da empresa venham a se tornar uma espécie de vírus, contaminando negativamente a organização, espalhando, por assim agirem, o anticlima e a desconfiança de todos aqueles que o cercam, sejam eles os seus pares, suas equipes, seus clientes, parceiros e acionistas. Afinal, devemos ter sempre em mente a seguinte premissa: os clientes sempre enxergam a empresa por trás dos colaboradores que os atendem.

O papel da ética no RH das organizações


O papel da ética no RH das organizações

Marcelo Ribeiro Rocha

Muito se tem falado sobre ética atualmente. Parece-me que o assunto é quase uma novidade no mercado; e o pensamento de uma grande maioria é de que se trata apenas de mais um "modismo", uma onda passageira que arrastaria as organizações para um processo de revisão de seus procedimentos internos e externos nos âmbitos social, cultural, de convívio com clientes, fornecedores e acionistas diante de uma crise mundial ora instaurada.

Mero engano. O tema que a princípio parece ser recente e superficial em alguns círculos é mais antigo e profundo do que se imagina. Se levarmos em consideração a origem do termo, "ética" representa mais que a essência do como devemos agir para atingir um objetivo ou uma meta, ou melhor, dentro de quais princípios devemos nortear nossas decisões.

A incansável busca do homem para conseguir sua realização, o seu equilíbrio psicofísico, enfim, ter uma vida virtuosa, vai de encontro a esses conceitos de caráter ético debatidos exaustivamente por grandes filósofos, desde os tempos de Sócrates, há cerca de 400 a.C.. A partir de então, foram surgindo novas correntes filosóficas sobre a ética, porém, sempre dentro de um propósito único que é a definição da maneira de agir do ser humano - único ser vivo capaz de demonstrar tais comportamentos dentro da visão ética - e de se relacionar com o meio em que vive.

Diferentemente da moral, mas estreitamente relacionada ao termo, é através da ética que a pessoa é levada ao seu momento de introspecção. Isto é, ele se volta para o seu próprio íntimo fazendo um autoexame de consciência e avaliando os reflexos de suas atitudes e comportamentos perante a sociedade que o circunda; afinal, a atitude ética é necessária em qualquer segmento, seja na vida profissional ou pessoal.

Ao longo dos anos, a sociedade de um modo geral vem passando por transformações comportamentais que consequentemente influenciaram as empresas a passarem por processos de mudanças em relação à sua atuação e os impactos gerados por elas. Tais mudanças são fundamentais para que essas organizações sobrevivam em um mercado globalizado, como o atual, isto é, se realmente estas companhias estiverem de fato dispostas a se tornarem competitivas e sobreviverem.

Já não existe espaço para as empresas que não se engajam no que diz respeito à sustentabilidade e à responsabilidade socioambiental, pois os consumidores estão mais exigentes e conscientes do papel das organizações nestas questões, o que gera certa pressão para que elas atuem de maneira sustentável.

Então, o "agir correto" deixou de ser tratado apenas como mais um "artigo de perfumaria"; é um tema que agora está inserido em planos estratégicos empresariais e em alguns casos faz parte até mesmo das metas a serem atingidas pelas equipes de trabalho. É dever de todos nas instituições manter a boa imagem da organização perante a sociedade através da boa conduta de seus funcionários, tanto com os clientes internos quanto externos.

É neste cenário de mudanças que o papel da área de Recursos Humanos tem sido de fundamental importância. Desmistificar o assunto e disseminar a importância da ética - adotando-a muitas das vezes como um valor institucional - que está relacionada a ações e bons comportamentos de todos os funcionários da organização. Além de alinhar todos os níveis hierárquicos, convidando-os a participarem democraticamente da elaboração e implantação de um código de conduta interno, são formas de comprometer e envolver a organização como um todo, para juntos caminharem em consonância com os ideais, valores e missão da empresa.

Cabe, neste caso, à área de Recursos Humanos o papel de mediador dessas questões. É o RH que possui as ferramentas para o envolvimento das pessoas, convocando-as e incentivando-as a se comprometerem com o processo de implementação de uma nova cultura organizacional.

Neste novo cenário o RH ganha uma posição de destaque, pois agora assume um papel mais estratégico nas organizações, funcionando como uma espécie de elo de ligação entre as áreas. Dessa forma, o departamento atua verdadeiramente como agente ativo nos processos que envolvam as pessoas e deixando de lado aquela visão antiga de RH operacional, na qual o setor era visto apenas como um gerador de custos e sinônimo de demissões.


Ética Profissional



Vídeo mostra vários exemplos de Ética, ou melhor da falta dela, seja em acontecimentos políticos ou do cotidiano do brasileiro.

Ética, nós precisamos dela!

Como instituir um código de Ética em RH


Abaixo, você pode conferir 20 diretrizes fundamentais para o estabelecimento de um código de conduta ética em práticas de recursos humanos.

1. Relacionamento entre pessoas: esse é um tópico em que pode haver uma diferença muito grande entre o discurso e a prática. Um clima de paz e harmonia é sempre desejável, mas é preciso saber se as ações adotadas estimulam esse ambiente.

2. Respeito no relacionamento: muito da autoestima das pessoas depende de como as mesmas percebem que suas ideias e sua colaboração estão sendo aceitas. As pessoas precisam de espaço para iniciativas e autonomia.

3. No relacionamento, respeito à individualidade: toda e qualquer situação que gera intimidação ou constrangimento deve ser evitada.

4. Transparência nos contratos: devem ser expostas, em detalhes, as condições de trabalho e as responsabilidades de todas as partes envolvidas. E mais: é preciso explicitar a forma de remuneração e os benefícios, as perspectivas reais de crescimento etc.

5. Seleção de pessoas: essa é uma questão muito difícil porque há discriminações que são aceitas como normais. Livre-se dessas barreiras.

6. Compromisso com valores: as pessoas devem ser selecionadas também pelo alinhamento com os valores da organização. A discussão dessa questão pode ajudar a identificar esse alinhamento já no processo seletivo.

7. Avaliação das pessoas: a imparcialidade e a justiça são importantes na avaliação de subordinados, que deve ser explicitada. O feedback deve ser fornecido em condições de respeito máximo.

8. Demissão: o processo de demissão deve ser digno e apoiado. A comunicação deve ser pessoal, individualizada e feita com privacidade. O apoio deve prever, sempre que possível, recursos e orientações para a continuidade da carreira.

9. Remuneração: a remuneração deve ser justa e ter o mercado como referência.

10. Ambiente físico: as condições materiais de trabalho precisam garantir a segurança e a saúde.

11. Qualidade de vida: o esforço para obter resultado precisa estar harmonizado com as características de qualidade de vida de cada pessoa. Para tanto é necessário identificar o aumento do estresse, que ocorre com diferente intensidade em cada pessoa, e buscar formas de restabelecer o equilíbrio.

12. Vida pessoal: é importante o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal de forma a permitir a realização integral do trabalhador.

13. Atividades paralelas: não deve haver conflito de interesse entre as atividades nas organizações e a participação em atividade externas paralelas ao trabalho. Não se trata de coibir a participação em atividades, mas de ter clareza sobre quando essas atividades trazem conflitos comerciais, de exposição pessoal ou de vazamento de informações.

14. Responsabilidade social: além de estimular essa participação, é importante conhecer e intervir, se necessário, nas condições em que vivem as pessoas que trabalham na organização.

15. Relações trabalhistas: é preciso garantir a representatividade dos trabalhadores da empresa e a liberdade de organização de atividades associativas.

16. Cooptação: o dogmatismo ideológico, religioso e até mesmo esportivo induz as pessoas ao proselitismo. Fuja de tais ideais.

17. Comunicação: às vezes, práticas sofisticadas de endomarketing convivem com canais bloqueados de comunicação. A organização pode ficar satisfeita, mas talvez esteja faltando liberdade.

18. Comportamento: transgressões graves certamente precisam ser explicitadas no código de ética. Por esse motivo, é necessário deixar clara a intolerância com concessão de favores, subornos etc.

19. Trabalho infantil: não deixe sua empresa estabelecer acordos comerciais com organizações que não estão comprometidas com o combate ao trabalho infantil.

20. Responsabilidade por patrimônio e informações: os colaboradores devem preservar os bens da organização.

Fonte: “Manual de Gestão de Pessoas e Equipes – Volume 1”, organizado por Gustavo Boog e Magdalena Boog.

É engraçado, mas é sério!


Se tratando de Ética em qualquer âmbito de nossas vidas,
não podemos agir como eles...
Dando uma de "João sem braço" ou de "Cegos, surdos e mudos"!